domingo, 7 de outubro de 2007

DESTRUIÇÃO OU RESTAURAÇÃO?

Nos últimos anos, em muitas igrejas, tem-se dado forte ênfase à anunciação da destruição, ou fim do mundo. Teologias complexas têm sido fundamentadas sobre este artifício com intuito de amedrontar as pessoas a fim de que estas venham a aderir sua igreja. De fato, muitas pessoas temerosas da condenação eterna subseqüente a tal destruição, têm se agarrado aos ensinamentos religiosos na ânsia de salvar suas próprias almas por meio de obras terrenas. Isso parece bom sob o ponto de vista de que muitos procuram melhorar suas atitudes. Todavia, será que o medo do fim é a motivação certa para levar o indivíduo a uma mudança?

Não é a toa que tem se desenvolvido no meio popular a crença de que Deus é um pai austero e inacessível. Pois esse tem sido o subterfúgio pelo qual a religião tem dominado o povo e mantido-o sob seu poder. Entretanto, não é este o evangelho que Cristo nos ensinou.

Muitos se apegam ao texto de Mateus 24 para sugerir que Cristo estivesse falando a respeito do fim do mundo. Esses, por interesse de defender seus conceitos pré-estabelecidos, tolhem a verdade e destorcem os fatos claros detalhados por Jesus.

Em primeiro lugar, em Mateus 24:34 Jesus afirma que todos os acontecimentos por Ele descritos aconteceriam ainda naquela geração. Ou seja, Jesus afirmou que dentre aqueles de sua geração, haveria quem ainda estivesse vivo quando tudo o que Ele descreveu acontecesse. Pelo que, o cumprimento das profecias de Cristo está constatado, claramente, nos relatos de historiadores como Flávio Joséfo, Eusébio e Tácito, quando descrevem os acontecimentos anteriores à queda de Jerusalém, no ano 70 d.C., quando muitos dos que ouviram Jesus falar, ainda estavam vivos.
Em segundo lugar, o termo original, traduzido por mundo no verso 3, é aiõn, que significa “era, idade, período de tempo”. Portanto, a pergunta dos discípulos tratava-se do fim da era judaica, da destruição de Jerusalém e não da destruição ou fim do mundo. Assim, a resposta de Jesus era concernente à pergunta dos discípulos, ou seja, o que Jesus predisse foi o fim de Israel, o fim da antiga aliança e o surgimento da era da redenção pela graça de Cristo.

“Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5). Temos com Deus uma nova vida, uma nova aliança, uma aliança eterna, um novo templo, perpétuo, feito não por mãos humanas, e infinitamente mais glorioso que o antigo. A comissão de Cristo para a sua igreja é anunciar as boas novas. Boas novas consiste em regeneração, restauração, renovação, liberdade e vida, abrangendo os aspectos espirituais, familiares, culturais, ambientais e sociais. Nosso compromisso com Cristo deve ser respaldado no amor de Deus e amor a Deus, um compromisso caracterizado na caridade. A missão da igreja é promover o reino de Cristo sobre a terra, terra sobre a qual Deus O fez herdeiro, e a nós fez co-herdeiros. A igreja não pode ser displicente quanto ao cuidado do planeta, sob argumento de que tudo esteja enfadado a destruição, pois tal argumento é falso e sem respaldo bíblico.

Me atrevo a crer no amanhã
Futuro há pra criação
Tão alto e profundo é o amor que opera pela fé
(Canção de Bispo Hermes Fernandes)

Pr. Julio Zamparetti Fernandes