sábado, 29 de setembro de 2007

Por que uma pessoa já nasce sofrendo?

Muitas pessoas têm quisto justificar essa questão. No afã de formular tal justificativa, se perdem na consideração mais simples e verdadeira a se fazer: Deus é justo e justificador. Deus não precisa de alguém que advogue por Ele, pois Ele é o justo juiz e Ele é quem advoga por nós, porque nós, sim, necessitamos de um bom, aliás, perfeito advogado. Jamais poderíamos advogar em favor de quem estamos longe de compreender suas razões. No entanto, em face à necessidade carnal de justificarmos Deus ante os acontecimentos, as fatalidades, os acidentes, as dificuldades, criamos conceitos humanos de causa e efeito para de alguma forma convencermos a nós mesmos de que Deus foi justo quanto aquilo que no íntimo consideramos uma verdadeira injustiça. Em outras palavras, queremos enquadrar a justiça divina aos nossos padrões e conceitos. A isso já rebatia o apóstolo Paulo: "Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!" (Romanos 11:33b)

Nessas horas, os espíritas justificam o efeito alegando que sua causa é o carma, os evangélicos justificam o mesmo efeito através da teoria de que o pecado é causa. Aliás, diga-se de passagem, tem-se constituído no meio das igrejas um fenômeno que podemos chamar de “carma evangélico”, em que a única diferença deste para aquele dos espíritas, é que não se investiga “outras vidas” para “diagnosticar” as causas dos efeitos indesejados.

Entretanto, em certo aspecto nem sequer essa diferença existe, quando se busca a causa do sofrimento de um cristão regenerado, nos atos que ele realizou antes de ter recebido o conhecimento de Cristo. Afinal, se em Cristo nascemos de novo, somos feitos novas criaturas e todas as coisas se fazem novas conforme as Escrituras. Quando um crente busca a causa de seu sofrimento espiritual no seu passado, esta negando o novo nascimento, ou se crê que nasceu de novo, está buscando a causa em outra vida – aquela vida que foi sepultada em Cristo – e assim renegam o sacrifício de Cristo e já não há mais diferença entre os dois carmas.

De qualquer maneira, o que as pessoas não se dão conta é que elas estão fazendo a mais cruel forma de discriminação. Pois essa discriminação é feita, vergonhosamente, em nome da justiça, em nome de Deus. Afinal, “Fulano sofre para pagar seus erros de vidas passadas”, “Sicrano está doente porque pecou”, “Beltrano nasceu assim porque foi amaldiçoado por seu pai, quando ainda estava no ventre de sua mãe”. Como é fácil julgar os outros e renegá-los ao posto de merecedores de seu sofrimento!

O que mais me espanta nessa teologia doente, é que os que não sofrem – pois supostamente são dignos de não passarem tal tormento – ajudam os sofredores para que esses não sofram tanto, impedindo-os assim de pagarem mais rápido todos os seus pecados. E a razão porque fazem isso é crerem que por suas obras ganharão o céu, ou uma reencarnação melhor, ou passarão menos tempo no purgatório.

Se seguissemos essa linha de pensamento, que exclui a obra expiatória de Cristo, concluiríamos que quanto mais eu ajudasse materialmente o necessitado, mais o atrapalharia espiritualmente, uma vez que seu sofrimento físico teria o poder de redimir sua alma. Todavia, se eu não o ajudasse, eu é que seria prejudicado espiritualmente. Então, ajudaria materialmente o próximo, ainda que isso o prejudicasse espiritualmente, para que meu espírito fosse beneficiado. Ora, ora! Se fosse assim, a quem eu estarei dedicando minha caridade? Ao próximo, ou a mim? Seria isso caridade?

Em contraponto a tudo isso, o verdadeiro cristianismo prega que somos todos iguais. Mesmo que condições culturais, familiares, sociais, raciais e genéticas tornem-nos mais ricos, mais pobres, mais saudáveis, mais doentes, mais claros ou escuros, ainda assim somos todos iguais. Deus não faz acepção de pessoas e todos nós temos um propósito perante o criador.

Leis de causa e efeito podem funcionar muito bem na física, na química, na matemática, mas o soberano Deus é amor e o amor nunca é lógico, e ainda que fosse, não seria a lógica tal como a conceituamos. O amor rompe toda relação de causa e efeito, pois ele é causa e efeito em si mesmo. Assim, a razão do amor de Deus sobre nossas vidas é o próprio amor de Deus, "e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras" (Efésios 2:8).

Somente nossa debilidade de amar é que estabelece causas para o “amor”. Todos nós queremos amar, mas será que sabemos de fato o que é o amor? Ah! Claro que sim! A menina tem toda certeza de que realmente ama o Brad Pitt, o rapaz sabe que poderia dar todo amor do mundo a garota do pôster, todos amam irrestritamente o amigo cheio da grana que sempre quebra o galho na hora do aperto, o empresário ama o artista em quem está investindo e logo lhe dará um retorno milionário. Mas ao que me parece ninguém sabe amar aqueles que não trazem qualquer perspectiva de retorno aos anseios instintivos da ambição humana. Que pena, pois era exatamente estes que precisavam ser amados, são exatamente estes que nós precisávamos amar, pois o verdadeiro amor não espera nada em troca. Maior que a necessidade DELES de serem amados, é a necessidade NOSSA de amá-los.

Amar a quem é perfeito, sadio, lindo, inteligente, simpático, agradável é fácil. Quando o Apóstolo Paulo disse que deveríamos considerar o próximo superior a si próprio, não excluiu destes “próximos” os portadores de deficiência, doentes, nem feios, ou de baixo QI, nem os indesejáveis. É nestes de quem não podemos exigir retorno algum, que podemos exercitar a prática do amor verdadeiro. Sei que estes não são menores que eu, que não pagam por erros cometidos em vidas passadas, mas que, na verdade, são Anjos de Deus, enviados a terra para me ensinar a amar como Cristo me amou.

Aquele que é Deus Santíssimo se fez homem e, como se isso já não fosse suficiente, como homem humilhou a si mesmo fazendo-se maldição, suportando o castigo que somente caberia ao pior dentre os homens. Por mais debilitada que seja a condição de alguém, a diferença entre o tal em relação ao mais privilegiado ser humano não chega a um milésimo da diferença que há entre a mais graduada sabedoria humana em relação ao que pudéssemos qualificar de loucura divina. Ainda assim, Deus nos amou sobremaneira e a despeito de toda nossa debilidade deixou sua glória e deu sua vida em favor de tantos debilitados iguais a mim.

E os “sãos” desta terra, continuarão se achando superiores, mais evoluídos, ou aprenderão que Deus está nos ensinando, através desses anjos, a amar como Ele amou?

Pr. Julio Zamparetti Fernandes

3 comentários:

Unknown disse...

Que texto mais chato e de bosta...

Abelha disse...

Chato...nao respondeu nada...com nada..

Abelha disse...

RESPONDA...PQ UMA PESSOA SOFRE O ABANDONO DESDE INFANCIA...DEPOIS SE CASA O MARIDO MORRE...CASA DE NOVO O OUTRO MORRE TBEM...VIVE SEMPRE SO...SEM FAMILIA...E OUTROS Q VIVEM NA SAFADEZA TEM MARIDO ESPOSA E FAMILIA SE ALEGRAM EM FESTAS UNIDOS ...